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terça-feira, 20 de maio de 2008

ENSAIO AMAZÔNIA AZUL BRASILEIRA AMEAÇADA


roberto_al_silva
publicado no grupo defesa br da yahoo.com.br___________________________

AMAZÔNIA AZUL BRASILEIRA AMEAÇADA

INTRODUÇÃO

Em abril de 2008, a US Navy anunciou que estava recriando a sua
Quarta Frota, a qual irá se posicionar na Flórida, contemplando o
patrulhamento da América do Sul, América Central e Caribe, tanto
pelo Oceanos Atlántico quanto pelo Pacífico.

Ela terá sua base na cidade de Mayport, no Estado da Flórida.
Responderá ao Comando Sul dos EUA, que está na cidade de Miami e
dirige todas as forças militares americanas na América Latina. A 4ª
Frota dos EUA atuou entre os anos de 1943 e 1950 e será reativada
depois de 58 anos, exatamente em 1º de julho de 2008.

Esse anúncio da recriação da 4ª Frota é uma grave ameaça ao direito
internacional, à paz, à segurança e à soberania de todas as Nações
da América Latina e, especialmente, à preservação da AMAZÔNIA AZUL
BRASILEIRA com todas as gigantescas reservas de petróleo que estão
sendo anunciadas nesses tempos. A cobiça americana e o velho porrete
chegaram para ficar.

A decisão claramente coincidiu ou mesmo colidiu com os anúncios
dessas descobertas de enormes campos de petróleo na plataforma
continental brasileira, inicialmente nas áreas de Tupi e Carioca,
mas que será uma gigantesca província petrolífera em toda a camada
de pré-sal, com 800 km de extensão e 200 km de largura, que vai do
Espírito Santo a Santa Catarina. Ela poderá fazer o Brasil superar a
marca de 100 bilhões de barris em reservas, abrindo um novo
paradigma.

Teme-se o pior, visto que os estrategistas americanos concluíram que
estariam se assegurando com extrema facilidade e nenhuma resistência
palpável de todo o petróleo da área. Para essa gente, garantir de
fontes de fornecimento exclusivo de petróleo são uma simples questão
de segurança nacional e, portanto, vale a pena fazer o que fizeram
no Iraque.

Segundo seu primeiro comandante, o almirante James Stavridis, a nova
frota terá objetivos pacíficos, sendo intenção de seu País respeitar
as reivindicações marítimas do Brasil, inclusive nas reservas
petrolíferas de alto-mar.

Isso simplesmente fez soar o alarme e os tambores não só nas esferas
militares como em toda a sociedade brasileira. Segundo uma alta
fonte da Marinha do Brasil, é descabida tal mensagem.

- Que os EUA precisam respeitar o limite das 200 milhas soberanas do
Brasil é parte dos direitos brasileiros, segundo a legislação
internacional, que não precisam ser ratificados pelo comandante da
4ª Frota ou de qualquer outra frota no mundo. Invadir as águas
nacionais brasileiras seria um ato hostil e sem sentido, diante da
série de acordos que o Brasil mantém com os EUA, o que torna ainda
mais descabida a declaração do almirante - afirmou.

O presidente da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, no
entanto, externou sua preocupação com a possibilidade de os EUA
contestarem a posse brasileira sobre as enormes reservas
petrolíferas na chamada zona econômica exclusiva. Segundo a
Convenção da ONU sobre a Lei do Mar, de 1994, os Estados litorâneos
têm direitos exclusivos sobre todos os recursos naturais do seu
litoral numa faixa de até 200 milhas náuticas (370 km).

Segundo o ministério da Ciência e Tecnologia, no entanto, de acordo
com a ata da XIV Reunião Ordinária do Fundo Verde Amarelo, de 15 de
dezembro de 2004, realizada no Rio de Janeiro, o limite das águas
continentais brasileiras pode se extender além das 200 milhas
convencionadas pela ONU.

A MB poderá apoiar quaisquer pesquisas que visem ao aproveitamento
dos bens econômicos existentes na Zona Econômica Exclusiva / ZEE
(massa líquida e subsolo marinho) do Brasil, diz o documento.

Ainda segundo a ata, "acrescenta-se à ZEE a extensão da Plataforma
Continental que ultrapassa o limite das 200 milhas marítimas onde o
País possui os direitos soberanos, desde que mantenha pesquisa na
região.

Tal região dá ao País um domínio de 4.451.766 Km2 (52 % do
território nacional). Além disso, a presença de pesquisadores nos
rochedos de São Pedro e São Paulo garante a soberania do Brasil das
200 milhas marítimas ao seu redor, acrescentando a nossa AMAZÔNIA
AZUL uma área de 450 mil Km2".

Em 9 de maio de 2008, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou
que o Governo Brasileiro não vai permitir que a 4ª Frota navegue sem
autorização pelas águas territoriais brasileiras.

Segundo Jobim, a 4ª Frota poderá atuar em áreas não jurisdicionais
brasileiras, aqui não entra. Ela só entrará autorizada por nós e
para visitas cordiais, mas absolutamente não vai fiscalizar a área
brasileira. Quem fiscaliza somos nós.

Jobim afirmou ainda não acreditar que o Irã estaria tentando
influenciar a América Latina. A acusação foi feita pelo
subsecretário para o hemisfério ocidental do Departamento de Estado
dos EUA, Thomas Shannon.

Alejandro Sánchez, analista associado ao Conselho para Assuntos
Hemisféricos, um organismo de investigação americano, afirmou que a
reativação da 4ª Frota é uma decisão mais política do que
militar: "nos últimos anos os EUA se concentraram no Iraque e
Afeganistão; agora, estão tentando voltar para a América Latina".

Para Sanchez, ainda que a Venezuela adquira submarinos russos ou que
o Brasil queira desenvolver um submarino nuclear, nenhum desses
Países pode representar uma ameaça militar aos Estados Unidos.

AMAZÔNIA AZUL BRASILEIRA

O OCEANO ATLÂNTICO é uma fantástica fonte de riquezas do Brasil. Sua
costa de 7.491 km e sua gigantesca Área Marítima Jurisdicional de
4.451.766 km2, a AMAZÔNIA AZUL, também de valores incalculáveis,
serão fundamentais para o futuro do País. Por sua causa, o Brasil já
é auto-suficiente em petróleo.

Novas tecnologias permitirão mais e vultosas explorações minerais de
toda ordem, junto com as biológicas. E as rotas comerciais no
Atlântico Sul serão cada vez mais importantes para o mundo.

Em novembro de 2007, foi anunciada a descoberta do novo Campo de
Tupi, o qual tem até 8 bilhões de barris de petróleo e gás - o
bastante para elevar em mais de 57 % as reservas brasileiras, então
calculadas então em 14 bilhões.

Somente com ele, as reservas do País poderiam atingir 22 bilhões de
barris de petróleo e gás. Em 2008, anunciou-se o Campo Carioca, com
até 40 bilhões de barris de petróleo e gás.

Nas estimativas da Petrobras, existe uma gigantesca província
petrolífera em toda a camada de pré-sal, com 800 km de extensão e
200 km de largura, e que vai do Espírito Santo a Santa Catarina. Ela
poderá fazer o Brasil superar a marca de 100 bilhões de barris em
reservas, um crescimento de 7 vezes e abrindo um novo paradigma.

Com as melhores perspectivas possíveis de futuro, o Brasil estaria
produzindo em 2022 algo como 12 milhões de barris diários de
petróleo.

Passará a ser grande Player mundial a partir de 2008 com mais de US$
8 bilhões de vendas líquidas mundiais anuais, por volta de US$ 110
bilhões em 2015, e acima de US$ 300 bilhões em 2020, a preços (moeda
de hoje) sempre crescentes, por haver demanda em alta e produção
mundial em baixa (ver quadro abaixo e Energia).

No conservador plano de negócios da Petrobras em 2006, a estimativa
antes do Campo de Tupi era de que a produção total da companhia no
Brasil e no exterior chegasse antes de 2015 na casa dos 4,5 milhões
de barris diários de petróleo. Porém, há outras companhias
produzindo petróleo no Brasil, e com números crescentes. Tupi e
Carioca mudaram tudo.

Entretanto, grande parte das riquezas brasileiras, como a produção
de petróleo e o comércio externo, está numa situação semelhante a um
banco cujo cofre forte está do lado de fora do prédio.

O Brasil tem 85 % de sua produção de gás e petróleo baseada no
Oceano Atlântico, através dessas grandes plataformas. São
transportadas por via marítima 80 % das exportações brasileiras, na
faixa de US$ 137 bilhões em 2006. Isso significa expressivos 450
milhões de toneladas de mercadorias.

Das importações, já acima de US$ 100 bilhões ao ano, 75 % também são
transportadas por navios. O comércio total pelo Atlântico Sul
representa hoje 800 milhões de toneladas em mercadorias preciosas e
representará logo muito mais que 1 bilhão de toneladas.

Se algum País hostil pretender bloquear o Brasil hoje, terá ainda
mais facilidade, através da interrupção desse fluxo, do que os
bandos criminosos tiveram ao bloquear São Paulo em maio de 2006. E
isso perdurará porque leva-se mais de 4 anos para se construir
navios de guerra.

Isso tudo deve ser inserido em um impressionante quadro mundial de
crescente escassez em contraposição ao explosivo excesso
populacional e brutal acúmulo de riqueza do decadente Hemisfério
Norte (EUA, UE e Japão).

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